A arte está aí para nos ensinar, nos fazer refletir sobre nós mesmos, sobre o que acontece ao nosso redor e o que já aconteceu. Assim, hoje vamos recomendar dois quadrinhos lindos e sensíveis dos quais todos precisam ter conhecimento.
Persépolis é uma história autobiográfica da autora Marjane Satrapi, uma iraniana que na década de 1980 sofreu com a Revolução Islâmica no Irã. Sua vida mudou drasticamente, o poder, utilizando um discurso religioso, era extremamente autoritário e intolerante. Marjane viu familiares e amigos desaparecendo ao lutarem por liberdade.
A obra toca em questões delicadas, tais quais o sentimento de persentimento e depressão. Em razão de sua educação considerada moderna para a cultura islâmica, Marjane possui noções críticas sobre o governo e a sociedade. Não se sente parte do Irã e não se identifica quando parte para um novo lar, fora da revolução.
Já em Maus, Art Spiegelman conta a história de seu pai, um judeu que conseguiu sobreviver ao holocausto após passar fome, frio, medo e dor nos campos de concentração. Spiegelman, intercala passado e presente, de forma que fica claro como aquele período influenciou não apenas seu pai, mas a ele também.
Vladek Spiegelman, pai do autor, é o protagonista dos relatos de Art.
A relação familiar entre os dois é delicada e difícil. Art não possuía paciência com o jeito metódico e avarento do pai, levando a diversas discussões entre os dois. A aproximação entre ambos vem na tentativa do filho de recontar a história do pai por meio de sua arte, tanto sua vida anterior quanto posteriormente aos eventos do holocausto, onde Vladek perde toda a família na perseguição contra os judeus.
A sinceridade na representação do pai é um dos grandes pontos que tornam Maus uma obra maravilha, ainda que profundamente pesada.