No mundo em que vivemos hoje, estar entre a multidão que circula nas cidades pode atribuir vários significados. Mais que isso, devido a grande circulação de pessoas podemos nos sentir como parte da sociedade ou pelo contrário: podemos nos sentir sozinhos. Talvez toda aquela multidão caminhando, cada um com seus próprios interesses e com seus destinos individuais, possa criar em nós um sentimento de solidão. E é sobre esse assunto que vamos falar hoje.
Sentado em um café em Londres, um homem observa a multidão em uma das principais ruas da cidade. Dentre os vários semblantes vistos, a personagem se depara com um senhor que chama a sua atenção pela expressão que carrega. Cheio de curiosidade o homem começa a seguir esse senhor numa misteriosa caminhada entre as ruas daquela cidade. A personagem percebe então que aquele senhor andava em círculos e sempre mudava de comportamento. Mas qual seria o motivo?
“Ce grand malheur, de ne pouvoir être seul “ (La Bruyere), ou seja, a necessidade de estar sempre no meio da multidão e a incapacidade de ficar só. O senhor tinha essa rotina simplesmente para estar entre as pessoas, para se sentir incluso na sociedade e evitar a solidão. Incrível, né?
“São curtos na página, mas longos no tempo em que permanecem ecoando em nós”, diz Adriana Calcanhoto, responsável pelo prefácio da obra “Contos Escolhidos”.
O conto citado acima foi escrito por Edgar Allan Poe, poeta, escritor, crítico literário e editor norte-americano que inaugurou o gênero de ficção científica. Poe também escreveu os poemas “O Gato Preto”(1843), “O Corvo” (1845) e “Annabel Lee”(1849). O conto “O Homem da Multidão” foi publicado junto com outros cinco textos que compõem a obra “Contos Escolhidos”. Essa obra foi divulgada de forma online e gratuita pela Livraria Lelo, de Portugal. A livraria, devido ao atual cenário de pandemia, também disponibilizou outros clássicos que podem ser lidos ,aqui.
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