Dicas para escrever um bom suspense

O suspense, se pensarmos bem, é algo bem abrangente: ele pode ser entendido como um gênero literário, mas não se restringe a isso; ele é tam

O suspense, se pensarmos bem, é algo bem abrangente: ele pode ser entendido como um gênero literário, mas não se restringe a isso; ele é também um recurso narrativo que pode ser encontrao em diversas histórias. Em um livro de romance, por exemplo, o ponto central da trama é o amor que surge entre as personagens que se apaixonam (o que é bem distante de um thriller!), mas para construir o enredo do romance o suspense pode ser usado como recurso. E isso não transforma o livro em um suspense!

Um exemplo disso é o livro (e sua adaptação cinematográfica) Diário de uma paixão. Nele existe

m duas linhas temporais diferentes o “presente” e o “passado” das personagens. Por conta disso, nós sabemos mais ou menos o que está para acontecer com as personagens, mas ficamos o tempo todo curiosos, e até um pouco aflitos, para descobrir como eles chegarão lá.

Isto é, temos alguns momentos em que o suspense é colocado na estrutura da narrativa para nos deixar curiosos e nos envolver na trama.

Mas o que exatamente é “suspense”?

Suspense, termo inglês, é aquilo que mantém a expectativa ansiosa sobre uma resolução ou o ,estado de tensão numa determinada situação. Trata-se, no âmbito da ,arte (literatura, teatro e cinema), de um recurso que ,visa a expectativa impaciente do telespectador ou do leitor pelo desenvolvimento de uma acção. É um estado de espírito provocado pela incerteza relativamente a um acontecimento futuro.

Disponível em: https://conceito.de/suspense

O suspense em uma história desperta no espectador duas perguntas: “Quem foi?” e “O que vai acontecer agora?”. A própria palavra “suspense” vem do latim, derivando do verbo suspendere, que tem um sentido semelhante ao nosso verbo suspender. Então, podemos entender que este recurso narrativo é como um estado de suspensão de uma ação, o que cria uma tensão porque ficamos curiosos e preocupaos com o seu desfecho.

Para deixar essa ideia mais clara podemos pensar na seguinte imagem: uma pessoa está na beira de um precipício, pendurada por um galho preso em sua camisa; ela está quase caindo… Nós como observadores preconizamos a sua queda, mas ainda assim esperamos que ela consiga se desvencilhar. E isso é o suspense. A cena nos causa uma certa tensão e ansiedade porque sabemos que a pessoa está prestes a cair, mas isso não aconteceu ainda e ainda pode ser resolvido. Mas como isso vai se acontecer? Vai mesmo?

Agora que entendemos tudo isso vamos às questões práticas:

Construa a tensão

Como observamos no exemplo acima existe um fator muito importante para um bom suspense: a tensão da cena. Escrever uma cena tensa significa construir o texto de forma a deixar o leitor aflito, com expectativas ruins, mas ainda assim torcer para que tudo dê certo de alguma maneira.

Para isso são importantes duas coisas:

  1. A iminencia de uma catástrofe (seja ela violenta ou psicológica);
  2. O ritmo da narrativa.

Os elementos listados trabalham juntos no sentido de dar peso para os acontecimentos da trama. Quando o leitor imagina (ou sabe) que uma tragédia está para acontecer – principalmente se os personagens ainda não se deram conta disso – ficamos na expectativa do episódio e, ao mesmo tempo, de que tudo será resolvido de alguma forma.

Se o leitor não recebe indícios de que há algum perigo ou ameaça à frente, a expectativa não será criada – por isso, quando ela acontecer, não teremos mais do que uma surpresa.

Um exemplo disso, segundo o diretor de cinema Hitchcock, é: se temos uma mesma cena em que há duas pessoas sentadas em uma mesa e, de repente, uma bomba explode, a plateia fica surpresa. Por outro lado, se tivermos conhecimento de início da existência da bomba e que ela explodirá às 14:00 (e ainda tem um relógio na cena, em que podemos acompanhar o tempo), passamos ficar tensos e a nos perguntar “o que vai acontecer?”, “eles vão sobreviver?como?”.

Além disso, se adiantamos o desfecho da cena e a resolução da catástrofe, acabamos por não construir a tensão – ou simplesmente desconstruí-la muito rápido. Por este motivo, devemos tomar cuidado em construir a narrativa dentro de um ritmo de suspense, com esse estado de ações ainda irresolutas antes do desenrolar do desfecho.

Outra ideia que podem ser proveitosas para a criação da tensão do suspense é o uso de recursos que aumentem a pressão dos personagens em lidar com a situação. Alguns exemplos disso podem ser:

  • Limitação do tempo
  • Grandiosidade do problema

No próprio clima do suspense, vamos parar o tema por aqui. No post do mês que vem vamos abordar o tema com mais profundidade pensando-o em relação à outros gneros e elementos da narrativa como mistério e terror – nos inspirando no post 3 dicas para escrever histórias de terror.

Gostou das dicas?

A Odisseia oferece serviços de tutoria em escrita criativa, em que acompanhamos e direcionamos autores durante a escrita da obra, auxiliando nas dúvidas de escrita e ajudando as ideias a saírem da cabeça e partirem para o papel. Venha dar uma olhada e já passe para checar nossas outras redes sociais!

Confira os nossos serviços:

https://www.odisseiaconsultoria.com/tutoria-escrita-criativa

Odisseia
Odisseia
Artigos: 291

Um comentário

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *