Nesta semana, no dia 19 de abril, comemora-se o aniversário de Lygia Fagundes Telles (1923 – ), amplamente reconhecida, pela crítica e pelos leitores, como uma das maiores escritoras brasileiras que já tivemos – e é, possivelmente, a maior escritora brasileira viva.
Membro da Academia Brasileira de Letras, a escritora já ganhou os prêmios Jabuti – o mais alto prêmio literário do Brasil – e Camões – instituído pelos governos do Brasil e Portugal, é o mais alto prêmio literário para obras na língua portuguesa -, dentre outros. Escritora de romances, contos, novelas e crônicas, seu livro mais recente é “Os Contos”, reunião de seus diversos livros de contos – como os clássicos “Antes do baile verde”, “Seminário dos Ratos” e “A Noite Escura e Mais Eu”.
Segundo texto de “Antes do Baile Verde”, publicado em 1970, o conto “Verde Lagarto Amarelo” é um ótimo exemplo da maestria literária da autora – e, possivelmente, uma boa porta de entrada à sua obra.
Construído em torno da visita de um irmão (Eduardo) a outro (Rodolfo), em que tomam café e conversam um pouco sobre a vida, o conto consegue se aprofundar imensamente por meio desses pequenos atos. O leitor é guiado, pelo ponto de vista e narração de Rodolfo, por rememorações da infância dos dois; é apresentado às várias emoções e pensamentos do narrador; têm acesso a um profundo e sutil conflito que há entre esses dois irmãos – conflito não de ódio, mas de amor: excesso de amor. Observamos desde o desequilíbrio entre as idades de um e outro, a diferença de tratamento dado pelos pais, as diferenças físicas entre um outro, até a diferença entre o afeto que um nutre pelo outro, entre duas formas distintas de se ter amor.
Estamos falando sem nos aprofundarmos no conteúdo do conto porque esta pequena obra-prima, de apenas doze páginas, merece ser lida e apreciada em sua integralidade, sem nenhum “spoiler“. O conto “Verde lagarto amarelo” pode ser lido aqui, disponibilizado pela Revista Prosa Verso e Arte.
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