Nessa Quinta Gramatical vamos falar sobre uma figura de linguagem pouco conhecida, a hipálage.
Essa figura consiste no desajustamento entre a função lógica das palavras e a posição em que elas foram colocadas, ou seja, é atribuído a um substantivo uma característica que logicamente deveria pertencer a outro (ambos presentes numa mesma frase). Assim, cria-se uma oração mais expressiva.
Veja alguns exemplos de uso da hipálage na literatura:.
“Ai, como essa moça é distraída, sabe lá se está vestida ou se dorme transparente.” (Chico Buarque)
“(…) as lojas loquazes dos barbeiros.” (Eça de Queiroz)
“O silêncio desaprovador dos meus colegas.” (Camilo Castelo Branco)
“Fumando um pensativo cigarro.” (Eça de Queiroz)
“… em cada olho um grito castanho de ódio.” (Dálton Trevisan)
“Ao som do mar e à luz do céu profundo.” ( Duque Estrada)
Vale ressaltar a diferença entre prosopopeia e hipálage. Enquanto a primeira consiste na atribuição de uma característica humana a um ser irracional ou inanimado, a segunda trata-se da qualificação de um termo com um adjetivo referente a uma propriedade de outra palavra, sem que, necessariamente, essa característica seja humana.
Se você achou essa figura interessante e resolveu aplicá-la ao seu texto, você deve conferir o serviço de preparação textual da Odisseia, em que te ajudaremos a aperfeiçoar essa técnica!
Essa Quinta fica por aqui, até a próxima!
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