A Quinta Gramatical dessa semana é sobre duas figuras de linguagem, que, apesar dos nomes parecidos, não têm muito em comum: assíndeto e polissíndeto.
O assíndeto é caracterizado pela omissão de conjunções coordenativas, tornando a frase mais curta e expressiva. A falta de conectores faz dos elementos “independentes”, e consequentemente, mais fortes.
Exemplos do uso de assíndeto:
“Vim, vi, venci.” (Júlio César)
“A tua raça quer partir,/guerrear, sofrer, vencer, voltar.” (Cecília Meireles)
“Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, saía de casa como (…)” (Graciliano Ramos)
“Fazia riscos, bordados, mandava vir rendas de Grã-Mogol, cosia com amor, aprendia a arte do bilro.” (Cyro dos Anjos)
“Grita o mar, brama o fogo, silva a fera,/Chora Adão, geme o pranto, brada o rogo.” (Francisco de Vasconcelos)
Enquanto que o polissíndeto é a repetição de conjunções, também com o objetivo de tornar a mensagem mais expressiva. Porém essa expressividade é decorrente do excesso de um termo, fazendo com que a frase fique mais longa e enfática. Como por exemplos:
“Vão chegando as burguesinhas pobres/e as crianças das burguesinhas ricas/e as mulheres do povo, e as lavadeiras da redondeza.” (Manuel Bandeira)
“Há dois dias meu telefone não fala, nem ouve, nem toca, nem tuge, nem muge.” (Rubem Braga)
“Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro.” (Fernando Pessoa)
“Falta-lhe o solo aos pés: recua e corre, vacila e grita, luta e ensanguenta, e rola, e tomba, e se espedaça, e morre.” (Olavo Bilac)
“(…) e os desenrolamentos, e os incêndios, e a fome, e a sede; e dez meses de combates, e cem dias de cancioneiro contínuo; e o esmagamento das ruínas…” (Euclides da Cunha)
Se essas figuras de linguagem te deixaram intrigado(a) e você pretende usá-las nos seus textos, a PREPARAÇÃO TEXTUAL da Odisseia é perfeita para você!
Mais uma Quinta acaba, até semana que vem!