Bem vindos(as) de volta para mais uma Quinta Gramatical! Hoje nós vamos relembrar uma figura de linguagem das palavras (ou tropos), a sinestesia!
A sinestesia configura-se em um recurso semântico utilizado para tornar o texto ou a mensagem mais expressivos. Consiste na mistura dos cinco sentidos humanos: olfato, audição, visão, tato e paladar; estabelecendo uma relação análoga entre dois ou mais planos sensoriais.
Como visto nos seguintes trechos literários:
“E um doce vento, que se erguera, punha nas folhas alagadas e lustrosas um frêmito alegre e doce.” (Eça De Queiros)
“Por uma única janela envidraçada, (…) entravam claridades cinzentas e surdas, sem sombras.” (Clarice Lispector)
“Insônia roxa. A luz a virgular-se em medo. / O aroma endoideceu, upou-se em cor, quebrou / Gritam-me sons de cor e de perfumes.” (Mário de Sá-Carneiro)
“O céu ia envolvendo-a até comunicar-lhe a sensação do azul, acariciando-a como um esposo, deixando-lhe o odor e a delícia da tarde.” (Gabriel Miró)
“Que tristeza de odor a jasmim!” (Juan Ramón Jiménez)
Curiosidade: existe uma doença chamada sinestesia – um fenômeno neurológico que consiste na produção de duas sensações de natureza diferente por um único estímulo.
“É um termo que caracteriza a experiência sensorial de certos indivíduos nos quais sensações correspondentes a um certo sentido são associadas a outro sentido.” (www.significados.com.br/sinestesia/, 09/07/2013)
Essa Quinta acabou, mas tem mais semana que vem, até lá!