Nessa Quinta Gramatical vamos falar sobre mais duas figuras de linguagem: antonomásia e perífrase! Ambas são variações da metonímia, figura estudada na quinta passada.
A perífrase consiste na substituição de uma palavra por uma expressão (simbólica) com muitas outras , de forma que a identificação seja indireta. Como por exemplo:
País do futebol = Brasil
Aquele que tudo pode = Deus cristão
Rei da Selva = leão
Melhor amigo do homem = cachorro
Velho Chico = rio São Francisco
Cidade maravilhosa = Rio de Janeiro
“No geral, a perífrase é utilizada como uma quebra de estilo para evitar a monotonia das frases feitas e criar novas relações metafóricas.” (MOISÉS, Massaud. A Criação Literária; São Paulo: Cultrix, 1966.)
Enquanto isso, a antonomásia é uma derivação da perífrase, sendo usada apenas para substituir nomes próprios: atribui-se a uma pessoa características físicas, mentais ou factuais e utilizamos desses aspectos para designá-la. Essa figura é muito utilizada em textos escritos e falados.
Segue os exemplos:
Rei do pop = Michael Jackson
Pai da aviação = Santos Dumont
Herói de Tróia = Aquiles
Poeta dos escravos = Castro Alves
Dama de Ferro = Margaret Thatcher
É importante ressaltar que o uso dessas figuras de linguagem só é possível se houver um conhecimento previamente estabelecido sobre a relação do nome e seu substituinte, caso contrário, haveria um problema na comunicação e a mensagem não seria transmitida em sua totalidade.
Existe também a noção de perífrase verbal, a qual resumi-se na troca de um verbo por uma locução verbal, sendo nesta presente um verbo auxiliar e uma forma nominal (gerúndio, particípio e infinitivo) do verbo principal. Por exemplo o verbo andar: em seu estado denotativo teria o sentido igual a “hoje andei 10 quilômetros de bicicleta”, porém, ao ser usado como uma perífrase, tem sentido de continuidade, como em “ando lendo muito ultimamente” – ando lendo é a locução verbal na forma gerundial.
É isso por hoje galera, até a próxima Quinta!