Preparados para mais uma seção de quintas gramaticais de figuras de linguagem? Hoje vamos desvendar o assíndeto e o polissíndeto. Ambas as figuras são muito comuns em textos poéticos e podem, à ordem de explicação, ser consideradas “opostas”.
Isso porque o assíndeto caracteriza uma frase com omissão de conectivos entre as palavras/orações, ou seja, a figura de linguagem do assíndeto denota uma frase assindética (assindética = orações sem conectivos) enquanto o polissíndeto configura uma repetição de conectivos em uma frase, e portanto, uma frase sindética (sindética = oração com conectivo).
Por se qualificar como uma repetição, o polissíndeto pode ser colocado como um caso particular de anáfora (figura de linguagem com repetição de palavras no início de frases).
Veja alguns exemplos de assíndeto:
1- Tem que ser selado, registrado, carimbado, avaliado, rotulado, se quiser voar
Pra lua, a taxa é alta
Pro sol: identidade
Mas para o seu foguete viajar pelo universo é preciso o meu carimbo dando o sim, sim, sim, sim
(Carimbador Maluco – Raul Seixas)
2-“Luciana, inquieta, subia à janela da cozinha, sondava os arredores, bradava com desespero, até ouvia duas notas estridentes, localizava o fugitivo, (…)” (Graciliano Ramos)
Veja agora alguns exemplos de polissíndeto:
1- Enquanto os homens exercem seus podres poderes
índios e padres e bichas, negros e mulheres
e adolescentes fazem o carnaval
(Podres poderes – Caetano Veloso)
2-“Canto, e canto o presente, e também o passado e o futuro,/Porque o presente é todo o passado e todo o futuro.” (Ode Triunfal de Fernando Pessoa)
Fácil, né?
Não esqueça de seguir a Odisseia no Facebook e Instagram para não perder nenhuma novidade.