Aniversariantes do mês: Milan Kundera, Émile Zola, Leigh Bardugo e Lygia Fagundes Telles

Milan Kundera O primeiro aniversariante do mês assopra 90 velinhas esse ano! Nascido no dia 1º de abril de 1929 em Brno, na República...

Milan Kundera

O primeiro aniversariante do mês assopra 90 velinhas esse ano! Nascido no dia 1º de abril de 1929 em Brno, na República Tcheca, Milan Kundera é considerado um dos maiores autores da atualidade. Devido a perseguições durante Primavera de Praga por sua opinião política, Kundera se isolou na França com sua esposa em 1975, tornando-se cidadão somente em 1981. Um ano depois ele lança a sua maior obra “A Insustentável Leveza do Ser”, que não lhe rendeu nenhum Nobel nem uma cadeira na Academia Francesa, embora fosse merecido. Sua escrita sarcástica sobre a condição humana retrata os desesperos da vida. Ele também é musicólogo e pianista, algumas influências em sua obra. Seu último livro lançado foi “A Festa da Insignificância” (2013).

SINOPSE*: A Insustentável Leveza do Ser

Sobre este romance, Italo Calvino escreveu: “O peso da vida, para Kundera, está em toda forma de opressão. O romance nos mostra como, na vida, tudo aquilo que escolhemos e apreciamos pela leveza acaba bem cedo se revelando de um peso insustentável. Apenas, talvez, a vivacidade e a mobilidade da inteligência escapam à condenação – as qualidades de que se compõe o romance e que pertencem a um universo que não é mais aquele do viver” (Seis propostas para o próximo milênio). O livro, de 1982, tem quatro protagonistas: Tereza e Tomas, Sabina e Franz. Por força de suas escolhas ou por interferência do acaso, cada um deles experimenta, à sua maneira, o peso insustentável que baliza a vida, esse permanente exercício de reconhecer a opressão e de tentar amenizá-la.

Émile Zola

Émile Zola, um dos intelectuais franceses mais influentes de seu tempo, também faria aniversário nesse mês. Nasceu no dia 02 de abril de 1840, em Paris, França. Começou sua carreira como jornalista. Em 1867, inova ao publicar Thérese Raquin, usando considerações científicas a fim de compreender a essência de seus personagens e da sociedade na qual eles estavam inseridos. Seu livro Germinal, publicado 18 anos depois (1885), é considerado o romance de maior expressão naturalista. Baseado em fatos reais, ele relata o confronto entre trabalhadores e soldados em uma região carbonífera francesa. Como parte da escola literária na qual estava inserido, sua obra possui como características a base determinista e é de caráter experimental, ou seja, os personagens são colocados como ratinhos de laboratório e o autor como cientista. Zola falece no dia 29 de Setembro de 1902, na mesma cidade em que nasceu, sob circunstâncias até hoje controversas.

SINOPSE*: Germinal

Cultuado por muito tempo como o romance por excelência das relações humanas no universo da organização dos trabalhadores, Germinal retrata os primórdios do que viria a ser a Internacional Socialista, constituindo simultaneamente um painel revelador da lógica patronal no início do capitalismo industrial. Sua enorme variedade de tipos humanos destaca-se ao compor um dos mais notáveis painéis sociais da literatura do século XIX. Publicado em 1885, o romance de Émile Zola narra uma épica revolta de mineiros na cidade de Montsou, onde estes se sublevam contra condições de trabalho draconianas. Enquanto as famílias operárias sofrem de fome e de penúria generalizada, a mina Voraz condena gerações de trabalhadores a cuspir carvão para obterem seu mínimo sustento. É lá embaixo, no subsolo, que surge a necessidade de se organizarem para sobreviver, e caberá ao recém-chegado Étienne Lantier profetizar novos tempos para a massa de carvoeiros que sufoca debaixo da terra. Na superfície, após escaramuças e tiroteios, a mobilização foge do controle do líder operário e os mineiros acabam retomando o trabalho para não morrerem de fome. Paralelamente, o niilista russo Suvarin engaja-se em operações de sabotagem de desenlace trágico, culminando com a destruição total da mina. Lantier acaba partindo para Paris, onde trabalhará pela organização dos trabalhadores.

Leigh Bardugo

Eleita como uma das seis melhores autoras estreantes pelo comitê New Voices, da American Booksellers Association, Leigh Bardugo é a prova que a vida não se resume a um único caminho. Nasceu no dia 06 de abril de 1975, em Jerusalém, mudou-se ainda nova para a Califórnia e se graduou pela Universidade de Yale. Mais que autora, Bardugo foi publicitária, jornalista; ainda se dedica à sua banda Captain Automatic e à sua identidade L.B. Benson como maquiadora artística. Sua maior criação, o mundo místico e sombrio de Grisha, foi um sucesso arrebatador de vendas, abarcando os três primeiros livros: Sombra e Ossos; Sol e Tormenta; Ruína e Ascensão; além do spin-off Six of crows: Sangue e Mentiras e o mais recente Crooked Kingdom: Vingança e Redenção. Um feliz aniversário mágico!

SINOPSE*: Sombra e Ossos

Alina Starkov nunca esperou muito da vida. Órfã de guerra, ela tem uma única certeza: o apoio de seu melhor amigo, Maly, e sua inconveniente paixão por ele. Cartógrafa de seu regimento militar, em uma das expedições que precisa fazer à Dobra das Sombras – uma faixa anômala de escuridão repleta dos temíveis predadores volcras –, Alina vê Maly ser atacado pelos monstros e ficar brutalmente ferido. Seu instinto a leva a protegê-lo, quando inesperadamente ela vê revelado um poder latente que nunca suspeitou ter. A partir disso, é arrancada de seu mundo conhecido e levada da corte real para ser treinada como um dos Grishas, a elite mágica liderada pelo misterioso Darkling. Com o extraordinário poder de Alina em seu arsenal, ele acredita que poderá finalmente destruir a Dobra das Sombras. Agora, ela terá de dominar e aprimorar seu dom especial e de algum modo adaptar-se à sua nova vida sem Maly. Mas nesse extravagante mundo nada é o que parece. As sombrias ameaças ao reino crescem cada vez mais, assim como a atração de Alina pelo Darkling, e ela acabará descobrindo um segredo que poderá dividir seu coração – e seu mundo – em dois. E isso pode determinar sua ruína ou seu triunfo.

Lygia Fagundes Telles

Uma das brasileiras mais célebres do mundo literário, Lygia Fagundes Telles completa 95 anos nesse dia 19 de abril. Atual ocupante da cadeira nº16 da Academia Brasileira de Letras, ela tem como patrono ninguém menos que Gregório de Matos. Seu núcleo de amigos e incentivadores incluía Carlos Drummond de Andrade e Erico Verissimo. A lista de prêmios recebidos pela autora (em âmbito nacional e internacional) é enorme, incluindo o prêmio Camões em 2005, a sua maior consagração. Casou-se duas vezes e foi em parceira com o seu segundo marido que ela escreveu o roteiro de adaptação de Dom Casmurro, de Machado de Assis ­; o que, é claro, rendeu-lhe o Prêmio Candango. A obra de Lygia Fagundes Telles é de natureza engajada, tendo em vista as fragilidades do país, envolvendo o leitor pela sedução do imaginário.

SINOPSE*: Antes do Baile Verde

Reunião de narrativas escritas entre 1949 e 1969, Antes do baile verde é considerado por muitos críticos o livro de contos literariamente mais bem-sucedido de Lygia Fagundes Telles. As situações narradas são as mais diversas. Em “A caçada”, um homem fica a tal ponto intrigado com uma velha tapeçaria encontrada num antiquário que acaba por mergulhar na cena retratada na peça, como se tivesse participado dela numa outra vida ou numa outra dimensão. Já no macabro “Venha ver o Pôr-do-Sol”, um rapaz leva sua ex-namorada a um jazigo de família abandonado. Conflitos amorosos também são tema de “Apenas um Saxofone”, “Um Chá bem Forte e Três Xícaras”, “O Jardim Selvagem” e “As Pérolas”. Mas o enfoque é sempre diverso e surpreendente. Em “O Menino”, por exemplo, uma infidelidade conjugal é observada de modo oblíquo, pelos olhos de um garoto que vai ao cinema com a mãe. Mas o escopo humano e literário de Lygia não se restringe aos dramas de casais. “Natal na Barca” é uma pequena parábola, com final epifânico. “Meia-noite em Ponto em Xangai” é o balanço que uma prima-dona da ópera faz de sua vida solitária e vazia. Em “O moço do Saxofone” um motorista de caminhão hesita em ir para a cama com uma mulher casada numa pensão de beira de estrada. Em “A Janela”, um louco visita um bordel dizendo que é a casa onde seu filho morreu. Com sua prosa segura e elegante, alternando com desenvoltura gêneros e vozes narrativas, a autora expõe aqui no mais alto grau sua capacidade de seduzir e emocionar o leitor. “Essas pequenas obras-primas, de tão fremente inquietação íntima e que exalam um desespero tão profundo, ganham a clássica serenidade das formas de arte definitivas.” – Paulo Rónai “Lygia Fagundes Telles sempre teve o alto mérito de obter, no romance e no conto, a limpidez adequada a uma visão que penetra e revela, sem recurso a qualquer truque ou traço carregado, na linguagem ou na caracterização.” – Antonio Candido

*Todas as sinopses foram retiradas do site Amazon

Odisseia
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