QUINTAS GRAMATICAIS: Metonímia

Hoje é quinta, portanto é dia de gramática! Vamos ver nessa Quinta Gramatical a figura de linguagem metonímia, também conhecida como...

Hoje é quinta, portanto é dia de gramática! Vamos ver nessa Quinta Gramatical a figura de linguagem metonímia, também conhecida como transnominação por consistir na troca do uso de palavras as quais possuem uma relação de contiguidade, isto é, afinidade. Essa “proximidade” semântica é desenvolvida pela própria sociedade ao utilizar conceitos e/ou ideias para dar mais ênfase à mensagem compartilhada.

Existem diversos tipos de metonímia, entre eles estão:

  1. PARTE PELO TODO: O vaqueiro tem inúmeras cabeças de gado. A expressão “cabeça de gado” é comumente usada para se referir ao animal inteiro, apesar de citar apenas uma parte.
  2. AUTOR PELA OBRA: Eu li Machado de Assis. Usa-se o nome do(a) autor(a) no lugar do título da obra, a fim de enfatizá-lo(a).
  3. INVENTOR PELO INVENTO: Minha mãe comprou um Ford. Mesmo caso de autor pela obra.
  4. MARCA PELO PRODUTO: Eu uso cotonete sempre depois do banho. A palavra cotonete é na verdade o nome de uma marca, e tornou-se um nome substituinte para o produto: hastes flexíveis com pontas de algodão.
  5. CONTINENTE PELO CONTEÚDO: Quero um copo d’água. A expressão “copo d’água” significa “um copo cheio de água”.
  6. GÊNERO PELA ESPÉCIE: Os homens cometeram barbaridades. “Os homens” refere-se à humanidade em geral.
  7. CONCRETO PELO ABSTRATO: Ela tem uma ótima cabeça. A palavra cabeça remete-se à ideia de inteligência, portanto, ela seria inteligente.

Verifique agora exemplos do uso da metonímia na literatura:

“E o médico veio de Chevrolé” (Oswaldo de Andrade)

“A nuvem carregada, espanto do marujo” (Victor Hugo)

“No cinema, só quem fala são os atores do filme. Nós calamos para que eles possam falar. Nossa vida cala para que outra fale.” (Eliane Brum)

“Entretanto a cidade, que durante uns dois ou três dias parecia nos haver esquecido, voltava subitamente a atacar.” (Rubem Braga)

“Trabalhava ao piano, não só Chopin como ainda os estudos de Czerny.” (Murilo Mendes)

Vale ressaltar as diferenças entre metonímia e metáfora (figura de linguagem já discutida aqui), em que na primeira há uma relação de dependência entre os termos que são usados para fazer um substituição, enquanto que na segunda, os termos existem independentemente um do outro, sendo utilizados para um comparação.

E mais uma Quinta Gramatical chega ao fim, até breve!

Odisseia
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