Traduzido para o português como Belas Maldições, esse livro é um dos preferidos dos fãs de Neil Gaiman e Terry Pratchett. Divertido e inteligente, Good Omens é o tema da recomendação dessa semana.
Terry Pratchett é o célebre escritor de Discworld, uma linda obra de fantasia. Neil Gaiman dispensa grandes apresentações, é um dos mais populares autores de fantasia da atualidade. É o autor do brilhante Sandman, Coraline e Deuses Americanos.
A narrativa segue uma amizade de personagens icônicos: um anjo simpático e um demônio tentando evitar o apocalipse. Por preferirem a vida e todas as diversões e oportunidades da terra, os dois acabam contestando o plano de Deus: destruir a humanidade a partir do nascimento do anticristo.
Um descendente direto de O Guia do Mochileiro das Galáxias escrito por dois dos maiores autores britânicos de fantasia O mundo vai acabar em um sábado. No próximo sábado, e ainda por cima antes do jantar. O que é um grande problema para Crowley, o demônio mais acessível do Inferno, residente na Terra, e sua contraparte e velho amigo Aziraphale, anjo genuíno e dono de livraria em Londres. Depois de quatro mil anos vivendo entre os humanos, eles pegaram um gosto pelo mundo, e o Armagedom lhes parece um evento bastante inconveniente. Então, para evitar o fim do mundo, precisam encontrar a chave de tudo: o jovem Anticristo, agora um menino de 11 anos vivendo tranquilamente em uma cidadezinha inglesa. Em seu caminho, acabarão trombando com uma jovem ocultista, dona do único livro que prevê precisamente os acontecimentos do fim do mundo, caçadores de bruxas ainda na ativa e, quem sabe, até os Quatro Cavaleiros do Apocalipse. Mas eles precisam ser rápidos. Não é só o tempo que está acabando…
O humor do livro é bem transferido para a nova série da Amazon Prime, de mesmo título.
O anjo, Aziraphale, é interpretado por Michael Sheen, conhecido por seus papéis em Marters of Sex e The Good Fight. Para a felicidade dos fãs, o escolhido para interpretar o demônio Crowley foi David Tennant, amado por sua atuação em Doctor Who e Jessica Jones.
O projeto foi considerado como impossível de se adaptar para o cinema, mas finalmente foi levado a TV pelo próprio Neil Gaiman, showrunner da série.
O envolvimento irônico dos dois lados da batalha final, Céu e Inferno, é uma das partes mais interessantes da série e do livro, tecendo críticas sobre o que definimos como bem e mal. Na série, a cereja do bolo é a dinâmica super bem construída entre David Tennant e Michael Sheen, deslocados dentro dessa definição. A obra toda é sobre esse determinismo falho, seja sobre a natureza mística dos protagonista ou seja pelo próprio anticristo, Adam, um menino destinado a destruir o mundo. É esperado que a partir do momento em que descobrirá seus poderes, o anticristo se torne mal, o que acaba decepcionando anjos e demônios que esperavam ansiosamente pela guerra, já que Adam não é apenas fruto do puro mal, mas também de uma criação humana e amorosa.
A principal qualidade de Good Omens é: ser divertida e original usando temas nada originais.