Por vivermos em um mundo rápido e moderno, as ciências humanas, na maioria das vezes, estão sendo desvalorizadas se comparadas com as ciências exatas, visto que estas oferecem soluções com rápido retorno, e aquelas, soluções a longo prazo. Com isso, os profissionais de humanas também são afetados por essa desvalorização.
Professores de história, geografia, filosofia, sociologia e de português têm sido desvalorizados e inferiorizados por, supostamente, ensinarem disciplinas que não são “importantes”. O fato é que, enquanto a sociedade continuar desvalorizando essas ciências, os profissionais também sofrerão essa desvalorização. Além disso, é válido lembrar que essa inferiorização ainda é evidenciada por atitudes de um governo em que o presidente e o ministro da educação apoiam a descentralização de investimentos nas faculdades de filosofia e sociologia, ou seja, apoiam maior investimento em ciências que geram rápido retorno. Enquanto o governo continuar a desvalorizar essas ciências, os profissionais também serão desvalorizados.
O primeiro passo que deve ser dado é o de reconhecer que as ciências humanas são tão importantes quanto às exatas, e que seus profissionais também. Os professores de humanas ensinam não somente o conteúdo proposto pelos materiais, mas ensinam os alunos a serem críticos, a entenderem a realidade ao seu redor e a interpretarem esse mundo globalizado em que vivemos. Os profissionais dessa ciência mostram que compreender o passado é necessário para entender o presente; que entender a geopolítica é também reconhecer os direitos que as sociedades têm e perceber as estruturas de poder que dominam; que ler um texto e entender o efeito de sentido daquilo é também interpretar o contexto e, a partir disso, poder entender e participar das esferas sociais.
Esses profissionais exercem um papel extremamente importante não só nas salas de aulas, mas em cada esfera social em que estudam os comportamentos humanos, e que a partir disso, entendem ainda mais a sociedade.
Em um contexto de pandemia onde o giz passou a ser o computador e as salas passaram a ser “em casas”, não podemos deixar de valorizar, principalmente, os professores que se reinventaram, aprenderam a dar aulas em diferentes plataformas e que tiveram sua rotina de trabalho totalmente alterada. Os professores que improvisaram as aulas e que lutaram para que os alunos não ficassem sem aprender. Os professores que, com muito amor e paciência, batalharam (e ainda batalham) por uma educação melhor e mais igualitária. É extremamente importante valorizarmos o trabalho que eles têm feito e, mesmo quando a pandemia acabar, continuar valorizando o papel deles em nossa sociedade. É necessário compreendermos a influência que eles exercem na vida e na formação de nossos alunos, pois são estes que construirão um mundo melhor.
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Essa iniciativa surge com intuito de valorizar a educação e as universidades. O nosso post educacional ocorre mensalmente aqui no blog. Com ele, a Odisseia tem como objetivo apresentar o que é produzido nas universidades, além de incentivar a entrada nelas. Acreditamos na mudança por meio da educação, assim essa é a nossa pequena contribuição para a valorização do nosso futuro!