Como não se perder na história: dicas para manter a coesão

Quem quer ler textos confusos? Você já leu um texto que se perdia na história? Ou algum livro no qual o personagem mudou completamente de...

Quem quer ler textos confusos?

Você já leu um texto que se perdia na história? Ou algum livro no qual o personagem mudou completamente de atitude sem mais nem menos?

Pois é. De vez em quando nos deparamos com histórias assim. E todos concordamos que não é muito agradável ler algo incoerente, ainda mais quando o livro tem bastante potencial.

A coesão de qualquer texto é essencial para que o leitor entenda o que o autor quer transmitir — eu poderia até dizer que é a parte mais importante de qualquer escrita, até mais que a gramática e a ortografia em si (mas essa não é exatamente a discussão de hoje).

Manter a unidade de uma história é ainda mais importante quando falamos da criação de universos, personagens e cenários fictícios, já que o leitor não tem uma referência prévia para se ancorar e achar o sentido do que está escrito.

E para ajudar você, escritor que está lendo isso agora, separamos algumas dicas para não se perder nessa jornada que é escrever uma boa história para o mundo.

O que fazer, então?

Lembrando que são apenas dicas, não quer dizer que todas darão certo para você; todo escritor tem seu próprio processo.

Não se deixe “levar pela história”

Sei que é tentador se envolver com o ritmo do personagem e seguir o que sua imaginação mandar escrever no momento em que você pega seu caderno ou abre seu computador para escrever. Mas ter alguma estrutura é importante, ainda mais se a escrita for algo novo para você.

O ideal para qualquer história, seja ela curta ou longa, é ter um caminho bem delimitado para o enredo e para cada personagem que aparece — tanto os principais e secundários, quanto aqueles que mal tem uma fala em uma página.

E não, isso não significa que você precisa ter absolutamente tudo definido ou que mudanças não possam acontecer. Mas ainda assim, é bom ter um guia para não começar um escondidinho e terminar com um bolo de fubá.

Então, anote em algum lugar todos os eventos possíveis na história que você imagina, mesmo que ao longo do processo de escrita ele sofra alterações ou que alguns cenários possíveis nem mesmo apareçam na versão final.

Todas essas ideias esquematizadas podem te ajudar até mesmo em escritas futuras, porque as que não funcionaram nesta narrativa, podem funcionar em outras!

Anote tudo!

Criou um personagem novo? Desenvolveu uma nova cidade ou floresta, ou planeta? Anote tudo sobre ele, de preferência de uma maneira simples e fácil de consultar.

Use e abuse de tópicos e palavras-chave e deixe tudo à mão sempre que for escrever — não vale esquecer o bloquinho em casa quando for escrever!

Descreva os personagens fisicamente, mentalmente, como suas emoções se manifestam, seus gostos, personagens que odeia, que ama… Enfim, tudo o que forma o personagem.

Anote a localização do seu cenário, se está perto de outros lugares que aparecerão ou já apareceram, as cores, as construções, a cultura das pessoas, os animais que vivem ali, se é pouco ou muito habitado. Anote até mesmo como o lugar faria os personagens se sentirem.

Nessa situação, nada é secundário. Mesmo que, em um primeiro momento, algo pareça desnecessário, pode ajudar bastante na construção total de qualquer enredo.

Releia

Sim. Parece básico, mas é sempre bom lembrar que é apenas relendo que descobrimos inconsistências na narrativa.

Por isso, é sempre bom voltar no que já está escrito. Não só para poder arrumar trechos que fogem da unidade do texto, mas também para relembrar eventos menores, afinal, tendemos a focar nos grandes acontecimentos, mas, muitas vezes, a coesão (ou falta dela) está nos detalhes.

Caso não tenha o costume de reler, estabeleça metas para criar um hábito, por exemplo: a cada 20 páginas, vou reler tudo o que escrevi.

Destaque o que é essencial para a história

Quem não gosta de post-its, não é mesmo? E eles podem ser um ótimo aliado quando se está escrevendo.

Destaque e deixe com um acesso fácil e rápido todos os trechos da história que são cruciais para o enredo e para os personagens. Afinal, quem não perde a paciência procurando um trecho específico?

Para isso, se você escrever em cadernos ou folhas, use post-its, marca-páginas, marca-textos, dobre as pontas das páginas, numere as páginas e faça um sumário de trechos importantes… Use o que for mais conveniente para você.

Agora, se você escreve no computador, celular ou tablet, use os marcadores do Microsoft Word ou Google Docs, os destaques, faça também um sumário com links que te levem para o trecho que você quer…

Opções não faltam, não importa se você é um autor tradicional ou moderno. E, se você usar um color code, a dica fica melhor ainda!

Se apegue ao que conhece

Essa é uma dica chave para qualquer autor, principalmente os de primeira viagem (já falamos dela no Escrita Criativa, inclusive).

Quando entramos em contato com algo novo, podemos nos perder facilmente tanto na escrita quanto na leitura, pois não temos muitos lugares onde nos ancorar para imaginar e entender o que está acontecendo.

Para facilitar o processo de escrever e evitar possíveis problemas com a inconsistência da sua história, espelhe-se em coisas conhecidas: pessoas, lugares, sensações… Use o que está ao seu redor como inspiração e base para o que cria.

MAS CUIDADO! Inspiração não é plágio. É preciso saber diferenciar as duas coisas. Todo mundo se inspira em algo, mas não é legal (tanto no sentido de bom quanto no sentido jurídico) copiar o trabalho dos outros ou até mesmo descrever completamente uma pessoa sem a autorização dela.

Como essa é uma discussão bem longa, vale a pena ler esse post que fizemos a um tempo atrás para não errar sem querer.

Para não perder a coesão, uma conclusão

Um texto sem fim é um texto sem coerência, então aqui vai a finalização:

Essas dicas podem parecer trabalhosas em um primeiro momento. Você pode até pensar “Ah! Se preciso fazer tudo isso para ter uma boa história, nem vale a pena começar”. Mas calma, não é bem assim.

Esses são os 10 minutos de trabalho diário que te poupam 1 hora de trabalho no final da semana e várias horas de trabalho no final do mês.

Reservar um tempinho para organizar anotações e deixar tudo marcado e delimitado vai ser chato no começo, mas, no final das contas, vira um hábito.

E, claro, conforme você se conecta mais com a sua escrita e cria mais habilidade, alguns desses passos podem se tornar desnecessários para a sua jornada de escrita. Outros podem até se tornar indispensáveis.

Mas, se você ainda se sentir inseguro com a unidade da sua obra, existem serviços que podem te ajudar com isso.

A Odisseia Consultoria Literária e Linguística tem equipes tanto para a Leitura Crítica — para quando sua história já está pronta ou muito bem encaminhada — quanto para a Tutoria de Escrita Criativa — um serviço realizado por pessoas que vão te acompanhar de perto no processo de escrita.

Você pode saber mais sobre a Leitura Crítica e a Tutoria de Escrita Criativa nesses links.

E aí, está preparado para colocar todas as dicas em prática?

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